| 
  • If you are citizen of an European Union member nation, you may not use this service unless you are at least 16 years old.

  • You already know Dokkio is an AI-powered assistant to organize & manage your digital files & messages. Very soon, Dokkio will support Outlook as well as One Drive. Check it out today!

View
 

Etica

Page history last edited by rosangelamenta 15 years, 6 months ago

 

FILOSOFIA

 

Estrutura Curricular:

  • Nível de ensino: Ensino Médio
  • Modalidade: Regular
  • Componente Curricular: Filosofia
  • Eixo temático: A construção do sujeito moral
  • Tema: Ética
  • Subtema: Limites entre o publico e o privado

 

 

SETEMBRO/2008 - 03

 

 

Título: Introdução à  Filosofia

 

  • O que o aluno poderá aprender com esta aula: Noções básicas de ética e o seu uso no cotidiano. Refletir sobre as ações humanas e o respeito a liberdade individual e coletiva.

 

  • Duração das atividades: 2 aulas

 

  • Conhecimentos prévios trabalhados pelo professor com o aluno: noções básicas de filosofia.

 

 

 

Estratégias e recursos da aula:

 

 

1  PRÁTICA SOCIAL INICIAL DO CONTEÚDO

 

  • Iniciar as atividades dialogando com os estudantes, no sentido de registrar o que os alunos pensam sobre ética.  Neste primeiro momento é importante que o Professor estimule a turma a participar e que registre as concepções dos alunos sobre o tema proposto. A seguir, Professor, anote quais as curiosidades que os estudantes possuem sobre o tema e o que gostariam de discutir?
  • Sugestão de dinâmica para esta atividade: Escreva bem grande no centro do quadro de giz: ÉTICA; a seguir incentive seus alunos a sintetizar em uma palavra o sentido de ética para eles. Professor anote as palavras em volta do tema, de forma que os estudantes vão percebendo quais as idéias que cada um possui sobre o tema, demonstrando seus conhecimentos do senso comum. Após todos participarem, faça uma síntese oral das principais idéias levantadas e anote as curiosidades da turma.

 

 

2. PROBLEMATIZAÇÃO:

 

Diante das questões levantadas pela turma, irão surgir várias concepções sobre o que seja ética.  É importante neste momento, que o professor faça um desafio, ou seja, é a criação de uma necessidade para que o estudante, através de sua ação, busque o conhecimento profundo do tema e estabeleça uma relação com os que já possuem.

 

Sugestões de questões que podem ser colocadas no quadro de giz para incentivar a turma sobre o tema:

 

  • Dimensão filosófica: O que é ética? Existem várias maneiras de pensar a ética? 
  • Dimensão histórica: Quando surgiu o conceito de ética?  Qual a importância da ética para a humanidade?
  • Dimensão social: Qual o papel da ética na sociedade brasileira, em minha comunidade,  na escola? Como os meios de comunicação podem contribuir para a construção da ética no cidadão? Como a relação professor-aluno é expressada éticamente?
  • Dimensão científica: Como a ética é concebida na ciência atual?

  

3 INTRUMENTALIZAÇÃO:

 

 

 

Atividade 1:

 

 

No convívio escolar nos deparamos com várias situações, entre elas, as diferentes posturas pessoais assumidas, tanto por professores como por alunos no cotidiano escolar. Observa-se a expressão da diversidade de idéias e modos de comunicação em sites, como o orkut, nos blogs pessoais e nas pichações nas paredes.

 

 

Professor, você poderá levar seus estudantes ao laboratório de informática para a pesquisa destas comunidades ou passar a citação abaixo para iniciar as discussões:

 

Os reflexos dessa relação de “amor e ódio” estão cada vez mais presentes na rede. As comunidades de alunos que odeiam seus professores se multiplicam no Orkut. [...] Este relacionamento, no entanto, passou por mudanças. Quando na antigüidade os discípulos tinham uma relação de respeito para com seus mestres, hoje houve uma “banalização” desta relação. É o que acredita o professor de Marketing, da Universidade de Fortaleza, Flamarion Pelúcio, que desqualificou a criação destas comunidades alegando que elas não contribuem para a melhoria da relação, ao contrário, só atrapalham. “Estas comunidades exacerbam esse processo de banalização. Não é o fórum adequado para você criticar um professor. Na internet algumas pessoas se escondem atrás do anonimato e por isso eu desclassifico este tipo de prática”, completou. (AGUIAR, 2007)

           

A relação entre professor-aluno é algo muito discutida, seja do ponto de vista filosófico como do ponto de vista empírico, mas que partido tomar?

 

 

FONTE: www.orkut.com acessado em 12/08/2008.

 

           

Inicie uma discussão geral deste tema:

 

·         Observe na imagem acima que existe mais de 1000 comunidades brasileiras com o tema “amo professor” e “odeio professor” no Orkut (comunidade de relacionamentos da internet), com membros que chegam a 13.000 pessoas. Diante deste quadro, o que faz as pessoas pensarem tão diferentes, terem reações inusitadas diante do processo educacional. Observe a quantidade de participantes de cada comunidade.

·         Que postura você considera a mais adequada?

·         Concorda com a possibilidade das pessoas postarem suas idéias positivas e pejorativas na internet?

·         Você denunciaria um professor ou um aluno?

           

Atividade 2:

 

 

Passe a seguinte citação no quadro de giz:

 

 

No pensamento aristotélico, a excelência do caráter, que define a disposição de agir, é produzida pelo hábito: tal como se aprende a tocar piano. Do mesmo modo, o homem se torna justo pela prática constante de atos justos. (BARROS, s.d., p. 20)

           

Forme grupos de até quatro alunos e oriente a discussão com os colegas, com base na vivência do cotidiano escolar, sobre o que se tem observado em relação às posturas pedagógicas dos professores, seus comportamentos e os dos alunos, colegas de classe, fazendo um contraponto com o pensamento aristotélico:

 

 

O discurso exposto pelo realismo aristotélico*, considerava o universo como ordenado por leis constantes e imutáveis. Essa ordem rege não só fenômenos naturais, mas também os de ordem política, moral ou estética. Alegando existir uma ciência "primeira", a metafísica, que estuda o ser e procura enunciar que essa ordem torna inteligíveis todos os fenômenos.

Neste cenário, a teoria ética filosófica objetiva estabelecer o bem tanto ao individuo quanto à sociedade num todo. Então, o comportamento ético é o que se considera prudente. Porém, uma questão central que a moral e a ética tratam, e que é muito difícil de responder, é "como devo agir para com os outros?". A visão sob a ética na filosofia grega clássica se faz mais empírica, claramente exposta nas obras de Aristóteles. (FERREIRA, 2009)

 

 

…os homens tornam-se arquitetos construindo e tocadores de lira tangendo seus instrumentos. Da mesma forma, tornamo-nos justos praticando atos justos. (ARISTÓTELES, II)

 

 

A ética, segundo Aristóteles, serve como condução do ser humano à felicidade, no sentido mais amplo da palavra. E é em toda interação, na dinâmica do convívio social, que se possibilita transparecer os valores éticos e morais humanos, assim como o desenvolvimento destes.

Aristóteles acreditava que o exagero é motivador para a criação de conflitos com outros indivíduos ou com a sociedade, e enquanto tal pode afetar o nosso caráter, com isso os excessos prejudicam a imagem do homem social. E é na observação e reflexão de tais fatos que irá surgir, originar-se a doutrina do justo meio, onde a virtude intermedia pontos extremos, os vícios ou defeitos de caráter. O comedimento, a moderação, o afastamento do excedente vem para amparar a conduta virtuosa. (FERREIRA, 2009)

 

 

Virtude (lat. Virtus). [...] Em um sentido ético, a virtude é uma qualidade positiva do indivíduo que faz com que este aja de forma a fazer o bem para si e para os outros. [...] Na filosofia moderna, a palavra "virtude" passou a designar a força da alma ou do caráter. Neste sentido moral, designa uma disposição moral para o bem. [...] a coragem, a justiça, a lealdade. (JAPIASSÚ; MARCONDES, 1996, p. 271)

 

 

Em, A Ética a Nicômaco, principal obra de Aristóteles sobre ética, o pensador esclarece que a finalidade suprema que governa e justifica a maneira do ser humano conduzir seus atos e sua vida é a felicidade, que não está correlatada com os prazeres, nem implicita nas honrarias recebidas pelo ente agraciado, mas numa vida repleta de posturas e comportamentos virtuosos. E o homem dotado de prudência e habituado ao exercício de tal, encontra no justo meio entre os extremos de seus atos e decisões a virtude.

Então, seguindo a concepção do realismo aristotélico de que uma ordem subjacente rege as coisas, a virtude aparece como a medida determinada por esta ordem e pelos fins que a sobredeterminam visando o desenvolvimento pleno do ser humano. (FERREIRA, 2009)

 

 

Costuma-se dizer que nada há que acrescentar nem tirar nas coisas bem-feitas, considerando-se que o excesso ou a falta destrói a perfeição e a justa medida a conserva [...]. E a virtude que é mais perfeita e melhor que toda a arte, do mesmo modo que a natureza, tenderá para o meio. [...] Chamo meio da coisa o igualmente distante dos extremos, que é um e idêntico para todos, meio a respeito de nós, o que não é excesso nem falta. E este não é único nem idêntico para todos". (ARISTÓTELES, III)

 

 

"A virtude é uma disposição adquirida voluntariamente, consistindo, em relação a nós, em uma medida, definida pela razão conforme a conduta de um homem que age refletidamente. Ela consiste na medida justa entre dois extremos, um pelo excesso, outro pela falta". (ARISTÓTELES, VI)

 

 

* Representa, na Grécia antiga, ao lado das filosofias de Sócrates e Platão, uma reação ao discurso dos sofistas

 

Anote as conclusões do grupo para serem apresentadas, logo a seguir na discussão circular.

 

Vamos nos organizar em forma de círculo, para apresentar as discussões dos grupos. Procure anotar em seu caderno os principais questionamentos abordados.

 

·         Diante do que foi exemplificado, com que base teórica podemos afirmar que este ou aquele comportamento, atitude, postura pedagógica é a mais correta?

·         Quem está certo?

·         Podemos tomar partido em uma discussão entre alunos e professor?

·         Temos o direito de invadir a privacidade das pessoas?

·         Somos livres até que ponto para expressar nossas idéias e sentimentos, principalmente em sites e locais públicos?

·         O que Aristóteles discute sobre este tema?

·         Qual o papel da virtude?

 

 

Sugestão de leitura e pesquisa:

 

 

  • Para o professor:

o        BOTO, Carlota. A ética de Aristóteles e a educação. Disponível em http://www.hottopos.com/videtur16/carlota.htm   acessado em 12/09//2008 as 18h30min.

o        GALVÃO, Roberto Carlos Simões. A conseqüência ética da negação do inconsciente em Sartre. Disponível em http://www.datavenia.net/artigos/aconsequenciaeticadanegacaodoincoscieneemsartre.html acessado em 12/09/2008 às 12h30min.

o        PIGATTO, Lisete Maria Massulini. Ensaio sobre a educação ética ou estética na escola. Disponível em http://www.educacionenvalores.org/article.php3?id_article=1438 acessado em 29/98/2007 às 22h.

 

 

 

 

  • Para os estudantes:
    • A ética de Aristóteles e a educação: Reflexões: da ética aristotélica para a ética na sociedade brasileira atual – Adriano Rodrigues Ferreira. Disponível em http://www.webartigos.com/articles/6702/1/reflexoes-da-etica-aristotelica-para-a-etica-na-sociedade-brasileira-atual/pagina1.html acessado em 12/09/09
    • Ética para meu filho – Fernando Savater, da Editora Planeta Brasil, 2005. É um livro que pretende discutir ética com os jovens. O autor parece dialogar com seu filho adolescente ao longo do texto, evitando ao máximo o tom didático-escolar. Ele próprio afirma que sua obra não é um manual de ética para alunos do ensino médio, mas um livro provocador de reflexões muito adequado a esses alunos. Fernando Savater discute o que é ética e a relatividade daquilo que consideramos “bom” ou “mau”. Ele mostra como ordens, costumes e caprichos nos tiram a liberdade e como devemos nos esforçar para descobrir e fazer o que realmente queremos, o que nos deixa feliz e o que nos faz sermos humanos, no sentido mais ético do termo. Para enriquecer ainda mais essa obra, há no final de cada capítulo citações de filósofos famosos relacionadas aos temas discutidos.

 

 

Atividade 3:

 

 Vamos pesquisar sobre as questões levantadas na problematização, utilizando um blogquest? O endereço a seguir: http://www.ufrgs.br/tramse/blogquests/2004/11/inditos.htm orienta a criação deste recurso. Seria interessante que os alunos ao pesquisarem sobre os temas propostos, fossem postando suas reflexões no blogquest.

 

 

Uma blogquest éuma webquest adaptada para ser construída num blog, pode ser construída usando serviços de blog gratuitos e básicos, usando um ou mais posts interligados, os estudantes tem facilidade na edição desta ferramenta, pois é muito comum possuírem seu próprio blog, tem a facilidade de se postar os comentários logo a seguir da pesquisa, além de ser uma atividade colaborativa, presencial ou à distância. O estudante pode ir realizando as atividades em casa, na biblioteca da escola ou laboratório de informática, ampliando o tempo de discussões em sala de aula.

           

Professor, você pode colocar as atividades no blogquest e orientar os estudantes a postarem suas idéias em cada passo.

 

 

Atividade 3:

 

 

Vamos organizar a apresentação das pesquisas, você pode solicitar que grupo apresente sua pesquisa, colocando os argumentos de cada autor sobre a questão ética, exemplificando com temas atuais, como cada equipe analisa a questão inicial.

 

 

Após a apresentação de todos os grupos, o professor faz uma síntese das principais ideais e abre espaço para o debate, colocando no quadro as seguintes citações:      

 

 

Ética é uma palavra de origem grega (ethos) que significa comportamento do ser, caráter, e que trata da moral relacionada ao núcleo da liberdade pessoal do homem, uma vez que reflete em sua relação com a sociedade. (GALLI, 2006, p. 49).

 

 

Segundo MARITAIN apud GALLI, 2006, p. 49 todos somos responsáveis pelas normas estabelecidas na comunidade escolar, uma vez que contribuímos na construção do Projeto Político Pedagógico da Escola, no regimento escolar, no Grêmio Estudantil e até mesmo nos padrões morais comuns ao nosso cotidiano.

 

 

Questione:

·         Estão claro estes valores para quem convive em nossa comunidade escolar?

·         Por que ocorre a indisciplina, tanto por parte de alunos como de professores nas escolas?

·         Até que ponto pode a pessoa agir de acordo com seus valores pessoais e atitudinais?

·         Como é possível utilizar a liberdade de expressão, sem ferir nossos companheiros de jornada?

·         O comportamento ético do estudante é o mesmo na escola que na internet?

·         Que postura seria mais adequada na rede mundial de computadores (internet)?

 

 

Passe no quadro mais uma citação:

 

 

Diferentes formações sociais e culturais instituíram conjuntos de valores éticos como padrões de conduta, de relações intersubjetivas e interpessoais, de comportamentos sociais que pudessem garantir a integridade física e psíquica de seus membros e a conservação do grupo social (CHAUÍ, 2002, p. 336.)

 

 

Abra espaço para o debate.

 

 

Após as discussões iniciais coloque mais algumas reflexões:

 

 

·         Qual a nossa responsabilidade ética diante da denúncia?

·         Quais as conseqüências destes atos?

·         Qual a base filosófica do nosso modo de agir?

·         Como podemos garantir a liberdade de expressão em nosso meio?

           

Atividade 4

 

 

Exercícios para verificação da aprendizagem e retomada de conteúdos se necessário:

 

 

Assinale,  com V ou F as frases seguintes que considere verdadeiras ou falsas.

  1. A ética é a reflexão sobre a conduta moral.
  2. A ética e a moral referem-se ambas aos atos humanos, considerando as normas  e os valores, isto é, preocupando-se com o que eles devem ser e não com o que efetivamente são.
  3. A moral tem mais a ver com os costumes e as normas especificas duma sociedade, enquanto que a ética é considerada uma reflexão de princípios  que servem de base à moral.
  4. A pessoa realiza-se independentemente da relação com os outros.
  5. A liberdade tem como conseqüência  a responsabilidade e a sanção.
  6. No âmbito da moralidade, devemos tratar as pessoas como coisas, pois elas são apenas meros instrumentos para alcançar os nossos fins.
  7. Quando sou coagido por outrem a realizar uma determinada ação, um roubo, por exemplo, não posso ser responsabilizado pelas conseqüências sobre terceiros.
  8. A vida social molda as consciências.
  9. Há homens que agem incorretamente e dizem não manifestar qualquer arrependimento ou remorso pelos atos maus praticados. Homens tais não são dotados de consciência moral.

 

 

Fonte: Escola Profissional Agrícola Quinta da Lageosa. Testes: Os fins e os meios: que ética para os valores da política humana? Disponível em http://www.prof2000.pt/users/jomar/teste14.htm

 

 

4 CATARSE:

 

É chegado o momento em que o aluno expressa a solução encontrada no problema inicial. Passaremos a elaboração teórica da síntese, isto é, da nova postura mental. Os estudantes deverão elaborar um texto dissertativo que expresse suas reflexões sobre o tema proposto, com base no estudo de caso abaixo, argumentando seu ponto de vista fundamentado nos filósofos apresentados durante as aulas:

 

 

Delitos virtuais - adolescentes desconhecem os limites da ética na Internet

 

 

Quando se fala sobre regras de convivência no mundo real, elas são muito claras para a maioria dos jovens, mas quando o assunto é o espaço virtual, a história se complica. Basta ver o crescente número de queixas de cyberbullying, roubos de senhas do Messenger e até falsas páginas no Orkut que utilizam dados de outra pessoa. A cada dia mais envolvidos com a Internet e suas diversas ferramentas, os adolescentes acabam, muitas vezes, infringindo códigos de ética, desrespeitando o que é um bem privado, sem ter a noção de que estão fazendo algo errado. Muitas escolas já perceberam a necessidade de discutir com seus alunos quais os limites éticos ao se utilizar estas novas tecnologias e este bate-papo vem gerando bons resultados.

No Colégio I.L.Peretz, em 2004, os alunos da 5ª à 8ª série começaram a ter aulas de ética na informática. Batizada de “netiqueta”, as classes são ministradas pela professora de Computação, Cleide Muñoz. Ela conta que a idéia surgiu durante um projeto de criação de blogs. “Ao final deste trabalho percebi que os alunos não tinham noção de como deviam se portar nos ambientes virtuais. Logo depois que cada aluno criou o seu blog, divulgamos os endereços para que todos pudessem postar mensagens aos colegas. Para nossa surpresa, começamos a ouvir várias reclamações tanto dos pais como dos alunos. Eles estavam recebendo mensagens desagradáveis e até agressivas em seu espaço virtual”, relata.

Para evitar que problemas semelhantes acontecessem em outras séries, a professora passou a falar durante suas aulas sobre ética na Internet, enfatizando a importância de cada um ser responsável pelo que escreve. “Mostrei a eles que só deve ser escrito aquilo que temos coragem de repetir depois frente a frente com a pessoa. Se não conseguimos, não devemos dizer. Fiz questão de alertá-los também que caso cometessem alguma infração, poderiam ser descobertos e punidos, e nas situações mais graves, inclusive pela Justiça”, explica. “A aula de ‘netiqueta’ teve resultado imediato. Não tivemos mais nenhum incidente depois que iniciamos este trabalho. Páginas agressivas no Orkut sumiram, assim como acabaram as invasões no Messenger”, revela.

Na Escola Viva, a questão sobre o que é público e privado sempre é trazida para dentro de sala de aula pelos coordenadores de série. Muitas vezes, o debate é incentivado por situações que acontecem na escola. Segundo Sílvia Viegas, coordenadora pedagógica da 5ª à 8ª série, os alunos não tem noção de que o que escrevem na Internet pode ser lido por qualquer pessoa no mundo que esteja on line. “Muitos estudantes imaginam que o que está em sua página do Orkut é visto apenas por seu grupo de amigos, quando contamos qual pode ser o real alcance disso, eles confessam que não tinham se dado conta”, comenta. Para Sílvia, o principal desafio da escola neste assunto é mostrar aos estudantes que as ações virtuais são ações de fato, e que cada um tem que se responsabilizar por elas. “Se o aluno usa a senha de um colega para entrar num jogo e rouba parte dos pontos do colega pra ele, o que ele fez? Qual a diferença de roubar o dinheiro da carteira do amigo? O princípio é o mesmo, a única mudança é que um é concreto e o outro virtual. Fazemos questão de mostrar que a intenção que está por trás destas ações ofensivas é a mesma: lesar e ofender o outro”, explica.

Já no Colégio Magno, os professores decidiram conscientizar seus alunos sobre o mau uso da Internet de uma forma diferente. Este ano as atenções da escola estão voltadas para o cyberbullying e para combatê-lo os alunos vão utilizar o próprio Orkut, ferramenta que tem sido o carro-chefe de problemas do gênero na rede. A partir de abril, os alunos de 7ª e 8ª séries irão criar uma comunidade orkutiana para discutir o assunto. A intenção é debater esta forma de comportamento e também dar depoimentos de casos vividos. “Queremos utilizar o próprio espaço virtual para questionar o que leva algumas pessoas a agirem desta forma, além de promover atitudes positivas e incentivar os jovens a utilizarem este ótimo meio de comunicação de uma forma saudável, ética”, explica a coordenadora de curso, Cleide Ruy.

O site será desenvolvido pelos alunos no laboratório de informática do colégio em três línguas: português, inglês e espanhol. Para complementar o trabalho, que deve seguir até o final do primeiro semestre, os estudantes irão criar também um manual anti-cyberbullying, com dicas de como agir com ética ao utilizar a Internet. Segundo Cleide, a chegada das novas tecnologias provocou mudanças de comportamento e criou novos desafios para os educadores que, além de se adaptarem às mudanças, precisam levar os alunos a refletirem sobre suas ações neste novo ambiente

 

 

FONTE: Ao mestre com carinho.  Delitos virtuais - adolescentes desconhecem os limites da ética na Internet. Disponível em: http://www.aomestre.com.br/cmp/arquivo/159_delitos.htm acessado em 13/09/08.

 

 

5  PRÁTICA SOCIAL FINAL DO CONTEÚDO:  Nova postura prática ante a realidade: Intenções, predisposições, prática, novo conhecimento.

 

A questão da ética é um tema que merece ser discutido e entendido por todos. É muito importante, neste momento, que cada indivíduo faça uma reflexão sincera e expresse suas idéias. Propomos que a turma registre no blogquest as ações que pretende assumir eticamente, a partir do estudo realizado.

 

 

Propomos que seja divulgado no edital da escola um teste de ética e sugerimos o site abaixo como exemplo:

 

 

FONTE: IOGA.PRO.BR . Teste sua ética yogue. Disponível em http://www.yoga.pro.br/artigos.php?cod=109&secao=3046 acessado em 12/09/08. 

 

AUTO-AVALIAÇÃO

 

Toda a atividade precisa ser acompanhada, no sentido de percebermos o nível de aprendizagem e de elaboração mental diante do tema proposto. Oriente o estudante para ler atentamente a ficha abaixo de auto-avaliação e indique o nível em que se enquadra. É opcional colocar valores em cada nível.

 

Como você, situa-se diante das seguintes questões?

AUTO-AVALIAÇÃO

INICIANTE

4,0 pontos

APRENDIZ

6,0 pontos

PROFISSIONAL

8,0 pontos

MESTRE

10,0 pontos

Na sala de aula

Esteve presente

Contribuiu nas discussões

Participou com bons argumentos

Participou ativamente com argumentos bem fundamentados

Pesquisa e apresentação dos trabalhos

Acompanhou as atividades

Procurou participar

Empenhou-se na compreensão do tema e colaborou com todos

Participou ativamente em todos os momentos, contribuiu com todos na pesquisa.

Texto dissertativo

Teve dificuldades

Elaborou o texto com alguns argumentos

Produziu um texto fundamentado nas pesquisas

Produziu um texto bem fundamentado com argumentos além dos pesquisados.

Atividades complementares

Participou da elaboração

Colaborou com sugestões

Contribuiu com vários tópicos no texto

Apresentou vários recursos para a composição do texto e ótimas idéias para o edital

 

REFERÊNCIAS

 

1.       ARISTÓTELES. Ética a Nicômaco. Pietro Nassetti (trad.). Martin Claret, SP, 2007.

2.       BARROS, Alberto Ribeiro G. de. Ética e política: nada a ver? In: DISCUTINDO FILOSOFIA. Ano I, n. 1, São Paulo: Escala Editorial, s.d., p. 20-25.

3.       BERGMAN, Gregory. Filosofia de banheiro. São Paulo: Madras, 2004. p. 103-107.

4.       CHAUI, Marilena. Convite à Filosofia. São Paulo: Ática, 2002. p. 334-356.

5.       GALLI, Marcelo. Encruzilhada ética. In: Ciência & Vida: FILOSOFIA. Porto Alegre: Ed. Escala, 2006. ano I, p. 44-51.

6.       JAPIASÚ, H; MARCONDES, D. Dicionário Básico de Filosofia. Jorge Zahar, RJ, 1996.

 

 

 

Recursos complementares:

 

Indicamos a leitura de revistas especializadas para professores e alunos do Ensino Médio:

PAGENOTTO, Maria Lígia. Falso ou verdadeiro? A ética e a responsabilidade se medem por um selo? In: Ciência & Vida. Filosofia. São Paulo: Editora Escala, Ano I, n.4. p. 24-33

 

AVALIAÇÃO

 

 

A avaliação também será realizada no decorrer das atividades, inicialmente observando a formação de conceitos dos estudantes, analisando seus questionamentos e intervenções, procurando, através do diálogo, perceber se houve apropriação dos conteúdos propostos e uma mudança de postura frente aos problemas levantados, no que se refere à superação de idéias do senso comum para a dimensão filosófica. O professor acompanhará fazendo leitura das produções dos estudantes, sugerindo as intervenções necessárias, incentivando leituras e a retomada de conteúdos, se necessário. Sugerimos que as dissertações produzidas sejam selecionadas pelos colegas, de tal forma que se publique no blogquest as melhores produções. É um ótimo momento para se trabalhar a produção colaborativa. 

 

 

 

Comments (0)

You don't have permission to comment on this page.